Prefeitura de Santo André intensifica abordagem nas ruas por causa do frio
Educadores sociais monitoram a cidade 24 horas por dia para identificar pessoas em situação de rua
- Data: 12/06/2012 21:06
- Alterado: 12/06/2012 21:06
- Autor: Ângela Bortoletto
- Fonte: SECOM PSA
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A Secretaria de Inclusão Social da Prefeitura de Santo André está intensificando a abordagem de pessoas em situação de rua em virtude das baixas temperaturas, por meio da “operação inverno”, realizada anualmente.
O trabalho é executado pelo serviço de abordagem social, composto por equipe de educadores que circula pela cidade 24 horas por dia, realizando a busca ativa em vias públicas, baixos de viadutos, terminais rodoviários e locais considerados pontos de concentração de pessoas em situação de rua, além de atender solicitações de munícipes, Defesa Civil e Guarda Municipal. As pessoas que aceitam a ajuda são encaminhadas ao Centro POP – Casa Amarela.
“O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, Centro POP, popularmente conhecido como Casa Amarela, apresenta como objetivo principal o rompimento da trajetória de rua vivenciada pelos atendidos, além de, entre outras atenções sociais, suprir as necessidades imediatas de abrigo e alimentação, de cuidados pessoais como banho, vestuário, guarda de pertences e roupas e de repouso em condições de dignidade e segurança”, afirma o secretário de Inclusão Social, Rafael Dalla Rosa.
A equipe técnica do Centro POP encaminha os que aceitam o acolhimento para rede de serviços conveniados que inclui albergue noturno (69 vagas masculinas e 11 femininas), casa moradia para público masculino (80 vagas), casa moradia para ambos os sexos (15 vagas femininas e cinco masculinas) e pensões populares.
Os munícipes são agentes importantes na colaboração com a vigilância de situações de risco na cidade. Para acionar a equipe de educadores sociais, do Centro POP – Casa Amarela, basta ligar, a qualquer hora, para 4427-6207 (sede) ou 8397-9387 (Serviço de Abordagem Social).
Centro POP – Casa Amarela – É uma unidade pública e estadual e referência no atendimento especializado à população em situação de rua, no âmbito da Proteção Social Especial. Acessam o Centro POP, em média, 100 pessoas/dia, por meio da procura espontânea e a partir da busca ativa realizada pelo Serviço de Abordagem Social. Proporciona endereço institucional para utilização como referência do usuário. Oferece espaços de guarda de pertences, higiene pessoal, alimentação, atendimento e acompanhamento social e provisão de documentação civil. Promove atividades socioeducativas, culturais e oficinas de artesanato. As oficinas são realizadas de segunda a sexta-feira, de manhã e à tarde, com a finalidade de propiciar momentos de convivência, socialização e reinserção na vida comunitária e despertar habilidades para atividades de geração de renda. Está localizado na Avenida Queirós dos Santos, 736, Centro.
Apoio recebido leva usuário a deixar as ruas e passar a ensinar
Força de vontade, o apoio dos serviços oferecidos pela Prefeitura de Santo André, principalmente do Centro POP – Casa Amarela, e muita fé em Deus. Esta foi a receita usada por Ismael Bittencourt, 62 anos, para deixar as ruas, por onde perambulou durante quase seis anos, levado por conflito familiar e alcoolismo.
Esteve internado em clínicas por duas vezes diante da insistência da irmã. Voltou para a rua e para a bebida. “A própria família fica doente e um dia se cansa. E você fica sozinho”, reconhece Ismael.
A sua vida começou a mudar graças aos serviços prestados pela Casa de Convivência do Parque Miami e pelo Centro POP – Casa Amarela. Na Casa de Convivência, onde permaneceu por quatro anos, resgatou suas habilidades de lidar com madeira e cozinhar para muitas pessoas.
O apoio definitivo para recompor sua autonomia foi conseguido com o incentivo da Casa Amarela. “Descobri que esse lugar é um porto para as pessoas. Aqui há a possibilidade de tomar um banho, conseguir as refeições, ter roupa lavada e encaminhamento para albergue. Saí de uma situação difícil, em que dormia na estação e tomava pinga o dia inteiro. Nem conseguia procurar um trabalho. Quando conheci aqui, tudo mudou. As assistentes sociais tratam a gente muito bem. Comecei a ganhar confiança e a vender adesivo, até receber o convite para dar aula de artesanato para os usuários”, conta.
Contratado por organização não governamental parceira na Casa Amarela, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, Ismael ensina como transformar retalhos de madeira em objetos coloridos que podem ser fonte de renda. Entre uma serra e uma lixa, não se furta a falar sobre a sua trajetória para sair das calçadas e da bebida e como se sustenta e mora sozinho: “Gosto do meu trabalho. Acompanho o esforço dos que lutam para mudar de vida. Fico feliz pelas pessoas que conseguem sair da situação de rua”, finaliza.