Paranapiacaba realiza estudo de prospecção de cores das edificações

Em breve, as casas da Parte Baixa da vila ferroviária de Paranapiacaba poderão ganhar novas cores. O atual tom predominante das moradias, espécie de zarcão, dará lugar a outras cores, tornando o lugar ainda mais atraente. Esta transformação ocorrerá após a conclusão de um estudo de prospecção de cores das edificações do local, realizado pelo escritório do arquiteto e professor Julio Abe. O resultado da primeira etapa do trabalho, iniciado em março deste ano, está em um relatório que foi apresentado na semana passada para os representantes da Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, responsável pela contratação dos serviços pelo valor de R$ 15 mil. Também acompanharam a apresentação representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e de Santo André (Condephapaasa).

Na primeira etapa para a realização do trabalho, que visa conhecer as cores originais das edificações, após uma pesquisa, foram selecionados 30 imóveis de diferentes tipologias do local. Também foram realizadas entrevistas com antigos moradores para levantar informações sobre as cores das casas. Depois, foi feito o trabalho de prospecção, no qual se verificou as diversas camadas das antigas pinturas. A maioria das casas apresentam a cor zarcão, típica dos antigos vagões de carga da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), antiga proprietária da vila.

O resultado já demonstra que a atual cor não corresponde à original. Segundo informações do levantamento, a cor zarcão é explicada pelo fato de a RFFSA ter o hábito de reutilizar todos os materiais da ferrovia. Assim como os trilhos que não eram mais usados se transformavam em postes, os restos das tintas dos vagões de carga foram empregados na pintura das casas da vila.

De acordo com o secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapianacaba e Parque Andreense, Eduardo Sélio Mendes Junior, a próxima etapa do trabalho será a elaboração de um manual com as diretrizes para a nova pintura das casas, o que permitirá a aplicação de outras cores. Quando concluído o documento, será apresentado para a aprovação dos órgãos de preservação do patrimônio histórico. “Essa é mais uma iniciativa da atual administração em busca do resgate da nossa verdadeira história”, afirmou o secretário Eduardo.