São Judas de olho na Faculdade de Medicina em Mauá

Na manhã desta segunda-feira (8), o prefeito Donisete Braga e a secretária de Saúde, Célia Bortoletto, se reuniram com representantes da Universidade São Judas, tradicional instituição de ensino superior que conta com 25 mil alunos em dois campi nos bairros paulistanos da Mooca e Butantã.

O objetivo da visita era conhecer de perto o município que acaba de ser selecionado pelo Ministério da Educação para sediar curso de medicina, com vista em possível parceria. Mauá foi considerada apta a receber curso de graduação em medicina ministrado por instituição superior privada após vistorias realizadas por técnicos do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação em diversos equipamentos da rede municipal.

“Queremos participar do chamamento público porque temos interesse em atuar na implantação uma faculdade de medicina em Mauá”, afirmou o pró-reitor de Graduação da São Judas, Luís Antônio Baffile Leoni, na reunião realizada no gabinete do prefeito. Ele veio acompanhado do diretor da Faculdade de Direito, Fernando Herren Aguillar, e a coordenadora dos cursos de Nutrição e Ciências Biológicas, Elizabeth Nieko Egashira.

Além da Universidade São Judas, outras instituições privadas igualmente demonstraram interesse. 

CHAMAMENTO – De acordo com a secretária de Saúde, Célia Bortoletto, o chamamento público deverá ser realizado ainda neste mês pelo Ministério da Educação, com objetivo de atrair instituições de ensino interessadas em elaborar projetos para a implantação da faculdade de medicina. Existe a possibilidade de o vestibular ser realizado ainda em 2015.

A confirmação de que Mauá está habilitada a sediar curso de medicina foi dada na última quinta-feira (4), durante atividade do governo federal em Brasília da qual participaram o prefeito Donisete Braga e o ministro Arthur Chioro. Na ocasião foi divulgada a relação dos 39 municípios que receberão novos cursos de medicina no âmbito do programa Mais Médicos.

“A vinda de médicos cubanos – 47 em Mauá — é apenas a parte mais visível do Mais Médicos. O programa prevê ainda medidas estruturantes voltadas à formação destes profissionais no Brasil para dar conta da demanda existente principalmente na atenção básica. A implantação da residência médica faz parte deste contexto”, explica Célia Bortoletto, referindo-se à novidade implantada no início deste ano Hospital Nardini, onde atuam 13 médicos-residentes.

CONTRAPARTIDAS – Para poder oferecer o curso, a instituição a ser selecionada por meio de chamamento público deverá apresentar contrapartidas à Prefeitura, tais como: formação para os profissionais da rede de atenção básica à saúde, construção ou reforma da estrutura dos serviços de saúde, aquisição de equipamentos para a rede de atenção à saúde e, ainda, pagamento de bolsas de Residência Médica em programas de medicina de família, entre outros itens.

Em maio deste ano, equipe de profissionais dos ministérios da Educação e da Saúde esteve em Mauá dando sequência ao processo de avaliação para autorizar o município a implantar a faculdade de Medicina.  A intenção da cidade foi oficializada no mês de outubro de 2013, dentro da proposta do Programa Mais Médicos, com o encaminhamento de documentação detalhando a rede de saúde do município.

Na ocasião, foram vistoriados 13 possíveis cenários de práticas, entre os quais dois hospitais, três unidades básicas de saúde, duas UPAS, um ambulatório de especialidades médicas e dois CAPS, entre outros equipamentos.  

As regras e condições do chamamento deverão ser definidas com o Ministério da Educação, seguindo as orientações do Ministério da Saúde, que tem a responsabilidade de reordenar a grade curricular dos cursos de medicina a fim de inserir o SUS no processo pedagógico.