Produção de húmus em Mauá vai estimular agricultura urbana

O húmus é considerado o mais completo adubo e sabendo-se que o grande problema de hortas urbanas é a qualidade do solo, a solução é viabilizar a produção de húmus. Este foi o pensamento dos técnicos da Secretaria de Segurança Alimentar que cuidam diretamente do Programa de Hortas Urbanas. Atualmente o programa conta com duas hortas em parceria com entidades conveniadas, mas a intenção é ampliar com a participação de mais entidades ou diretamente da população, preferencialmente beneficiários dos programas da secretaria.

Localizado na Chácara São Braz o Espaço Social Cidadão e Cidadania – ESCEC, abriga uma das hortas do programa e também o chamado minhocário para produção do húmus. Atualmente o projeto acontece de forma experimental, mas sua viabilidade já foi comprovada.

“Estamos trabalhando para estabelecer convênio formal, dentro dos padrões legais, o que possibilitará ampliar e comercializar a produção de húmus,” explica Marcos Filório, secretário de Segurança Alimentar.  “Desta forma o programa será autossustentável e contribuirá para geração de renda para a entidade e seus participantes,” completa Filório.

A estrutura para produção do húmus é simples. Um tanque de compostagem com capacidade para sete mil litros de matéria orgânica, 70 caixas com capacidade individual de 30 litros e equipamento para peneirar o produto final.

A matéria orgânica é obtida das sobras do Banco de Alimentos e das Feiras Livres. Após 30 dias no tanque de compostagem é transferida para as caixas plásticas onde também são colocadas as minhocas. Mais 30 dias e o húmus está pronto, necessitando apenas ser peneirado e secado antes da embalagem. Hoje a produção do espaço gira em torno de 2,1 mil litros por mês, mas existe equipamento disponível que pode duplicar a capacidade de produção. Um diferencial do minhocário é a utilização de minhocas nativas.

“Para qualquer horta urbana o húmus é o único adubo necessário,” garante Adriano de Almeida Cardoso, químico e técnico responsável pelo programa. “Com a terra estável e apropriada para as mais diversas culturas é possível garantir produtos saudáveis, livres de agrotóxicos e pesticidas,” completa Adriano.

A parceria com o ESCEC, além do húmus, propicia a produção de mudas de diversas hortaliças, legumes, verduras e temperos. Estas mudas poderão ser utilizadas para implantação de novas hortas comunitárias, que também terão o húmus a disposição.