Silmara Conchão em artigo sobre o Dia Internacional das Mulheres
Silmara Conchão é assessora de Políticas Públicas para Mulheres da Prefeitura de Santo André
- Data: 07/03/2013 18:03
- Alterado: 07/03/2013 18:03
- Autor: Redação
- Fonte: Silmara Conchão
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Nada sobre nós, sem nós!
Parabéns, mulheres! 8 de março está chegando e, com ele, as celebrações do Dia
Internacional das Mulher em todo o mundo. A data, instituída pela Organização
das Nações Unidas (ONU), em 1975, é uma oportunidade para mostrar como as
mulheres progrediram e discutir o quanto ainda falta para construir uma
sociedade mais justa, sem violência, democrática e igualitária para homens e
mulheres.
Temos de reconhecer a grande diferença que ainda existe
entre os papéis sociais de gênero, e como mulheres e homens são incluídos nos
processos de decisões relacionados ao destino das cidades, dos países e do
mundo.
Historicamente, as mulheres foram alijadas dos processos de
decisões políticas. A elas, competia o cotidiano das ações. Extremamente
afetadas por estas decisões, são as responsáveis por muitas funções que
asseguram com que a rotina da vida diária aconteça da melhor forma
possível.
São elas que permanecem mais tempo em casa, nas suas
comunidades e mantêm uma relação muito próxima com os recursos naturais. Muitas
vezes, provedoras das famílias, elas utilizam e colaboram, em maior parte, com
os serviços de saúde e de assistência social.
Em Santo André, preparamos uma ampla e bonita programação
intersecretarial, distribuída por todo o mês de março. Com o lema “Nada sobre
nós, sem nós!”, estamos chamando as mulheres a participarem cada vez mais das
suas próprias vidas e dos debates e decisões voltados especificamente para
elas.
No município, 52% da população é formada por mulheres. Sem
dúvida, conquistamos espaços na sociedade, mas ainda somos desiguais social e
economicamente. Na política, um exemplo: temos apenas duas vereadoras na nossa
cidade.
Neste ano, a Prefeitura, comandada por Carlos Grana, inova
quando anuncia a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a
primeira do ABC. A iniciativa atende reivindicação do Movimento de Mulheres –
com mais de duas décadas de história – e demonstra a consideração que o modelo
de gestão deve promover, além da igualdade, fomentando políticas que
contribuirão para novas relações, superando o machismo e o racismo que são
construções estruturantes, sociais e históricas que sustentam a desigualdade na
sociedade brasileira.
A mulher precisa sair do lugar de oprimida. Só há opressor,
porque há o oprimido. Quando o oprimido se organiza, participa e se fortalece.
É o fim da ação do opressor.