ABC Cultura

Sesc Santo André e São Caetano participam de projeto “Tecnologias Negras”

A terceira edição do Tecnologias e Artes em Rede tem foco na valorização do protagonismo da pessoa negra no campo das artes visuais e das tecnologias

  • Data: 03/10/2019 09:10
  • Alterado: 03/10/2019 09:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Sesc São Paulo
Sesc Santo André e São Caetano participam de projeto “Tecnologias Negras”

Afrodesign Colagens Afrofuturistas

Crédito:divulgação

Durante o mês de outubro as unidades do Sesc Santo André e São Caetano participam do projeto Tecnologias e Artes em Rede: Tecnologias Negras, realizado pelo Sesc São Paulo em ações que reúnem artistas, cientistas, criadores, mestres populares e pesquisadores negros e negras para compartilharem seus conhecimentos por meio de bate-papos, palestras, encontros, cursos e oficinas que acontecem nas unidades de todo o estado.

Por meio de atividades práticas e reflexivas, saberes como Tecnologias Africanas na Construção de Moradias, Afrogames, Modelagem em Argila a partir da Arte Dogon, Moda Afro-brasileira – Racismo e Criação, Percussão, Escrita Afrofuturista, Desenho de Modelo Vivo com Corpos Negros, Reconhecimento Facial –  Processamento de Imagens e Questões Raciais, Empreendedorismo Negro serão abordados na terceira edição do Tecnologias e Artes em Rede, programação que mobiliza todos os 37 ETAs (Espaços de Tecnologias e Artes) das unidades do Sesc.

Afonsinho Menino, DiCampana Fotocoletivo, Fábio Kabral, Fióti, Hudson Rodrigues, Ike Banto, João Simões, Luciane Ramos, Marcelo D’Salete, Mestra Alcione (MG), Mestra Cristina (RJ), Mestra Janja Araújo (BA), Sonia Guimarães, Tiganá Santana e Walter Firmo são alguns dos profissionais e grupos que irão ministrar mais de 150 atividades, em sua maioria gratuitas, que contemplam cinco eixos temáticas:

Adinkras e Light Painting: Representação de Símbolos Africanos Através da Luz.
Com Jordana Braz e Pedro Jackson.
6 e 20/10. Domingos, 14h às 16h.
Sesc Santo André

A oficina visa de maneira teórica e prática, introduzir os conceitos da técnica fotográfica light painting utilizando a escrita Adinkra, conjunto de símbolos originário do povo acã da África Ocidental, e que representam ideias expressas em provérbios.
Jordana Braz é fotógrafa e arte educadora do Instituto Tomie Ohtake. Pós-graduada em Gestão de Projetos Culturais pelo Celacc-USP e graduada em Letras pela UNIFESP. Atua em educativos de instituições culturais desde 2014.
Pedro Jackson é educador e fotógrafo. Graduado em Ciências Sociais pela UNIFESP, possui extensão em Museologia e Produção Cultural. Desde 2011, atua no Museu Catavento como pesquisador e coordenador da área de Tecnologia para educação.

Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Não recomendado para menores de 7 anos

Planejando e transformando territórios: mapas, trajetos e tecnologias
com Adriana Quedas
De 9 a 30/10, quartas, das 19h às 21h
Sesc São Caetano

Quem pensa e constrói a cidade? Este curso apresenta ao público uma metodologia de diagnóstico territorial que permite conhecer e repensar os meios urbanos e territórios e elaborar propostas coletivas para sua melhoria ou requalificação, propondo um olhar mais crítico que aponta o quanto a população, quando organizada, têm autonomia e capacidade para intervir e fortalecer a cidade. Durante o curso serão apresentadas metodologias e técnicas teóricas e práticas para tratar desta temática, como plataformas de imagens de satélite digitais, acesso e uso dados públicos georreferenciados, construção de mapas digitais e colaborativos, e cartografia social e afetiva. Ao final, será elaborado um diagnóstico de um território a partir de um problema proposto pelo grupo e possibilidades de intervenção e estratégias de resolução ou superação deste problema.
Não recomendado para menores de 14 anos

Laboratório de Ilustração: desenhando janelas e imaginários africanos
com Edson Ike
10 a 31/10, quintas, das 19h às 21h
Sesc São Caetano

A proposta do laboratório é produzir ilustrações e conhecer técnicas de construção de narrativas visuais com base em contos, histórias e experiências da diáspora negra, afim de construir possibilidades de reinterpretação sob a ótica do afrofuturismo. Sun Ra, músico e filósofo, e a escritora de ficção científica Octavia Butler serão inspiração para a elaboração de imagens e possibilidades de criação das ilustrações. *Não é necessário experiência prévia com a técnica.

Pensamento Matemático na Cultura Africana a Partir da Música.
Com Nínive Wezza.
12/10. Sábado, 14h às 18h.
Sesc Santo André

Esta atividade propõe uma análise sobre as Ciências Exatas, especificamente, a matemática apresentadas através da música africana. Na parte prática, os participantes experimentarão diversos instrumentos de corda e percussão.
Ninive Wezza é pesquisadora do Projeto Africanidades Literatura Infantil e Circularidades em Culturas Africanas. Filha de um angolano e de uma afro-brasileira, e atualmente mestranda no Programa de Ensino e História das Ciências na UFABC.
Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Não recomendado para menores de 7 anos

Afrodesign: Colagens Afrofuturistas.
Com William Damasio.
13/10. Domingo, 14h30 às 17h.
Sesc Santo André

A atividade propõe a pesquisa de elementos de variados tipos de personagens negros e negras como principais protagonistas da composição, dando a liberdade para criatividade de colagem de cada um e convidando os participantes para o pensar descolonizado de um futuro afrocentrado.
William Damasio, Designer, motion designer e ilustrador. Através de seu design, busca ilustrar a resistência e cultura do povo negro e tentar fundir o universo do design com o universo das manifestações afro-brasileiras.
Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Não recomendado para menores de 8 anos

Cabeça de Negra
com Renata Felinto
15/10, terça, das 18h30 às 21h30
Sesc São Caetano

Essa é uma oficina teórico-prática em que a artista e pesquisadora Renata Felinto fará a contextualização do termo “cabeça de negra” que nomeia diversas obras de arte entre os séculos XVII e XX e que destituem a pessoa negra de sua identidade, nomeando-a apenas por “negra”. A “cabeça” de negra, como objeto de estudo, é reposicionada como cabeça pensante, espaço de pensamento e reflexão. Desse modo, partimos da mulher-objeto para que o público recrie essa mulher negra repleta de novas ideias e propositora de mudanças, entendendo a estética como algo também político. Como referencial, diversas mulheres negras em diversas atuações e realidades serão apresentadas ao público como inspiração.

Tecnologias de Escuta e Existência
com Marilea de Almeida e Mestre Alcides
18/10, sexta, das 19h30 às 21h
Sesc São Caetano

Essa roda de conversa, que também é uma roda de escuta, propõe apresentar tecnologias invisíveis que sustentam formas de existência a partir dos saberes sofisticados, ancestrais e contemporâneos de culturas negras e afro-brasileiras.
Marilea de Almeida, a partir da noção de “Territórios de Afeto”, aponta para algumas tecnologias sociais e políticas que alimentam a permanência e desenvolvimento de quilombos e fortalecem suas redes comunitárias ao longo da história. Mestre Alcides traz a sabedoria griô como a tecnologia ancestral africana de transmissão de conhecimento e diálogo que atravessa passado e futuro. Juntxs, encontram caminhos em diálogo e reposicionam conhecimentos marginalizados pelo racismo, apontando possibilidades para uma existência mais digna e significativa individual e coletivamente.

Balangandãs: adornos de enfrentamento
com Natalia Marques
22 e 29/10, terças, das 19h às 21h
Sesc São Caetano

A oficina tem por objetivo transportar para a linguagem contemporânea o design e a estética de resistência que mulheres negras criaram durante o período colonial brasileiro e que são representados através do uso dos “Balangandãs”: adornos e acessórios. Participantes, de todos os gêneros, são convidados a desenvolver a criação de adornos a partir de materiais renováveis, derivados de embalagens de produtos considerados de “beleza” e de limpeza, aplicando técnicas artesanais de costura e bordado para confecção dos mesmos e resignificando o uso dos materiais e das estéticas atribuídas histórica e socialmente às mulheres negras. A discussão se dá na desconstrução dos padrões estéticos (condição física, vestimentas, maquiagens e acessórios) ditados pela “moda” europeia que, na busca por colonizar mentes e corpos, (des)caracteriza de maneira violente a diversidade de culturas e pessoas, impondo um padrão único de beleza aceitável.

Compartilhar:
1
Crédito:divulgação
1
Crédito:divulgação Afrodesign Colagens Afrofuturistas

  • Data: 03/10/2019 09:10
  • Alterado: 03/10/2019 09:10
  • Redação
  • Sesc São Paulo









Copyright © 2023 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados