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Exposição fotográfica ‘Oralidades Pretas’ chega à capital e Grande ABC

A exposição ‘Oralidades Pretas – Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana’ chega a São Bernardo, entre 6 e 30 de abril, e capital paulista, entre 6 e 30 de maio

  • Data: 21/03/2023 10:03
  • Alterado: 31/08/2023 19:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Exposição fotográfica ‘Oralidades Pretas’ chega à capital e Grande ABC

Oralidades Pretas - Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana

Crédito:Joice Aguiar

Com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, a exposição “Oralidades Pretas – Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana” chega à capital paulista e a São Bernardo do Campo, sendo abrigada no Centro Cultural Jácomo Guazelli, do dia 06 a 30 de abril, no Grande ABC, e do dia 06 a 31 de maio no Centro de Culturas Negras Mãe Sylvia de Oxalá, na zona sul de São Paulo. A exposição, com curadoria do professor Alexandre Soares Miranda, também conhecido como mestre Padinha e Giovana Ferreira Miranda (sua filha) que viveu a grande parte de toda as ações das exposição, surge após sua passagem pela África do Sul, onde fez uma imersão nas narrativas artísticas e socioeducativas, nos processos de resgate, preservação e relações de coexistência cultural e social, na música, na literatura e nas culturas tradicionais regionais.

A exposição reúne 80 fotografias, todas em PB (preto e branco), captadas ao longo das atividades desenvolvidas por Padinha na África, numa experiência enriquecedora para suas pesquisas em Educação Étnico Racial pela FEUSP e na UFABC em parceria com a Wits (University of the Witwatersrand), de Johannesburg, em políticas públicas nas linguagens de matriz africana. Entre ações documentadas neste período estão palestras, saraus, shows, intervenções, manifestações sociais – com imagens assinadas por Júlio Alves, Daniel GTR e Joma Nigra, com Ilustrações de Melmanng Gonçalves. A mostra é dividida em quatro módulos: oralidades, resistência, capoeira e África.

Na data de abertura do evento em São Bernardo, no dia 6 de abril, às 15h, um bate papo unirá o curador, Alexandre Padinha, à professora de Capoeira e produtora cultural Lidiane Mathias do Nascimento, mais conhecida como professora Kianda, e a também professora e escritora Kiusam Oliveira, no Centro Cultural Jácomo Guazelli, localizado na Rua Rosa Pacheco, 201. Já em maio, na cidade de São Paulo, a abertura da exposição, marcada para às 16h, terá a participação especial do músico, produtor cultural e idealizador do Havana6463, Pedro Bandera e do cantor, compositor, ator, diretor, pintor e poeta Jairo Pereira. A atividade ocorre no Centro de Culturas Negras – Mãe Sylvia de Oxalá, localizado na Rua Arsênio Tavolieri, 45, Jabaquara. Em ambas as ocasiões também participarão das conversas a escritora Erika Balbino e a estudante Giovanna Ferreira Miranda.

Para Padinha, idealizador da exposição, nem sempre a documentação destes patrimônios materiais e imateriais da cultura tradicional e ancestral do povo negro foi registrada de forma linear. Essas imagens fotográficas e os audiovisuais contidos na exposição exercem essa função sob a perspectiva do interculturalismo de sujeitos negros em diáspora. “Minha intenção é a manutenção dos aspectos afetivos e da memória, além de toda a bagagem que as pessoas retratadas carregam e representam para a cultura periférica”, afirma.

A mostra trabalha visualmente o ambiente dos signos das vestimentas na capoeira, no jongo, no samba de terreiro e na ciranda, com o intuito de reafirmar e reavivar processos históricos construídos a partir da oralidade e do corpo como expressão social e cultural. A iniciativa parte da perspectiva de que a cultura é lugar de expressões individuais e coletivas que ritualmente ativam gatilhos de conhecimento, autoestima e pertencimento, gerando interesse e valorização do legado que faz parte da formação estrutural da cultura brasileira, dialogando com a necessidade de afirmação quanto a presença negra como ator indispensável nestes processos. Nesse sentido, o apagamento contínuo e estrutural dificulta o reconhecimento das contribuições efetivas dessa população nos setores da ciência, arquitetura, história, cultura e educação. Essa história teve no corpo, por muito tempo, um instrumento de proteção, manutenção e infiltração de identidades e tradições que se transformaram para sobreviver, fazendo uso de negociações não lineares em um diálogo intrínseco e profundo, deixando a sua marca para que as gerações contemporâneas pudessem entender os processos e compreender que aprisionamentos não podem e não conseguem desligar narrativas circulantes. “É fundamental continuar negociando, interagindo, ativando capacidades socioemocionais que nos permitam fazer uso das artes e da cultura como lugar de fala”, conclui.

SERVIÇO:

Exposição Oralidades Pretas – Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana

06 a 30 de abril de 2023 | SBC

Centro Cultural Jácomo Guazelli

Rua Rosa Pacheco, 201 – Ferrazópolis, São Bernardo do Campo/SP

Convidada: professora Kianda e Kiusam Oliveira

06 a 31 de maio de 2023 | CCNJ

CCN – Centro de Culturas Negras – Mãe Sylvia de Oxalá

R. Arsênio Tavolieri, 45 – Jabaquara, São Paulo/SP

Convidado: Pedro Bandera e Jairo Pereira

Instagram: @orbitagestaocultural @oralidadespretas

Datas e Horários:

Exposição: Segunda à sexta, das 10h às 17h00

Bate-papo:

São Bernardo do Campo – 15h00

São Paulo – 16h00

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Crédito:Joice Aguiar
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Crédito:Joice Aguiar Oralidades Pretas - Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana










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