SAMU de Mauá atende quase 30 mil pessoas em um ano

A fila de carros para às 17h numa das vias mais movimentadas do município, a avenida Governador Mário Covas. Quem circula nas proximidades observa uma moto caída e duas motolâncias estacionadas. Junto aos agentes de trânsito, as motos fazem uma barreira de proteção para o motoboy estendido no chão enquanto é prestado o socorro por uma dupla de enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

As pessoas se aglomeram em torno da cena, que se iniciou no momento em que o motoqueiro falava ao celular e não percebeu o veículo de passeio parado no sinal vermelho, batendo a moto na sua traseira, sem grandes prejuízos para o carro.

A provável fratura de fêmur, observada pelo olhar atento dos enfermeiros, Luís Leme e André Gatutti, teve direito a imobilização e soro para tirar a dor, seguidos de encaminhamento da equipe, formada por Malu Mota e Alex Sandro de Oliveira, na ambulância de Suporte Básico para o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini. “O atendimento foi muito bom, dá pra confiar bastante”, considerou o estudante Lucas Guilherme, que assistiu a tudo.

A equipe chegou em três minutos, já que a sede do SAMU fica bem perto, na rua Romano, 112. “A vítima está consciente e teve uma lesão moderada que, após o atendimento no Hospital Nardini, poderá ter acompanhamento na unidade básica”, explicou Leme. As equipes do SAMU salvam inúmeras vidas no seu dia a dia. Tudo volta ao normal e sobra apenas um pedaço do manete do freio da moto do acidentado no meio da via.

Implantado em 2013 pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Mauá, o serviço foi criado pelo Ministério da Saúde. As motolâncias exigiram treinamento adequado de enfermeiros-motociclistas. As duas motolâncias do SAMU participaram de 315 atendimentos, no primeiro semestre de 2015. O tempo médio de atendimento, desde a chamada até chegada à vítima, respeitando a triagem do médico regulador, é de 20 minutos e 9 segundos. As motos chegam primeiro ao local da ocorrência já que não enfrentam grandes paradas de trânsito. Assim, os profissionais analisam a gravidade da situação e informam o médico regulador, que fica na sede para acompanhar os casos reportados pelas equipes na rua e por quem liga diretamente no SAMU 192 em busca do atendimento de urgência e emergência. É o regulador que aciona o veículo de suporte adequado, para que as vítimas tenham a assistência mais rápida e eficiente possível.

O SAMU de Mauá tem seis veículos de Suporte Básico que são convocados para casos leves e os dois de Suporte Avançado para casos graves, que necessitam de equipamentos de tratamento intensivo. De agosto de 2014 a junho de 2015, as oito ambulâncias da cidade somaram 29.649 socorros. Isso sem contar os deslocamentos inúteis ocasionados por trotes telefônicos, que ameaçam o socorro verdadeiro.

O serviço é regionalizado, atendendo também a população de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. E o SAMU também presta outros serviços. É o caso do programa ‘Samuzinho na Escola’, que utiliza teatro de fantoches e um grupo de profissionais que se revezam. Só em 2015, 80 alunos de Mauá receberam informações que ajudam a conscientizar sobre a importância do SAMU para salvar vidas, orientam de forma didática e simples crianças e pais sobre a importância da prevenção de acidentes, evitando, inclusive, a realização de trotes telefônicos, e na prevenção de acidentes. A iniciativa é levada a escolas municipais.