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ABC apreensivo com o polo petroquímico

Não é apenas uma questão econômica o problema do reajuste que a Petrobrás quer impor na nafta. É também um problema social que vai mobilizar a região e seus eleitores

  • Data: 20/08/2014 17:08
  • Alterado: 20/08/2014 17:08
  • Autor: Alex Faria
  • Fonte: ABCdoABC
ABC apreensivo com o polo petroquímico

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O contrato de cinco anos de fornecimento de nafta firmado entre a Braskem com a Petrobras venceu em fevereiro, foi prorrogado por seis meses, encerrando-se no fim de agosto. A estatal quer elevar em, pelo menos, 5% o preço de custo da matéria prima.

BRIGA DE IRMÃOS XIFÓPAGOS
A Petrobrás é acionista (47% do capital votante e 36,1% do capital total) da própria Braskem e o fornecimento da nafta para a empresa, representa um valor pequeno para a estatal. O que não representa nada para um, é tudo para outro. Está certo que estamos em ano eleitoral e a imagem da Petrobrás, abalada pelo escândalo da CPI, podem até complicar a visão de seus dirigentes. Mas precisamos pensar na política industrial a longo prazo, fortalecendo a indústria. O mercado internacional é agressivo e somos forçados a responder às suas demandas. Temos o shale gas dos Estados Unidos, competindo diretamente com nossa indústria. Enquanto se pensa em redução de custos por base de um fornecimento estável da nafta, a estatal pensa em usá-la na gasolina para aumentar suas receitas.

SOMOS GENTE, SOMOS POVO, SOMOS BRASIL
O polo petroquímico do ABC tem na Braskem 4.000 postos de trabalhos diretos. Se pensarmos nos indiretos e nas empresas que vivem em seu entorno, prestando serviços ou dependentes dos produtos produzidos pela Braskem, chegamos a um considerável número de pessoas envolvidas nesta cadeia produtiva. Não querendo nos ater a região do ABC, lembramos que a Braskem tem mais dois polos petroquímicos instalados; um no Rio Grande do Sul (polo de Triunfo) e outro em Camaçari, na Bahia. São perto de 8.000 funcionários trabalhando na maior petroquímica da América Latina, com unidades industriais e escritórios no Brasil, além de bases comerciais nos Estados Unidos e Argentina e 36 plantas industriais distribuídas no Brasil, Estados Unidos e Alemanha

APREENSIVOS, MAS CONFIANTES
Carlos Fadigas, presidente da Braskem, trabalha para resolver o assunto antes do término do contrato, no final de agosto. A expectativa era de redução de custos da matéria prima, o que não está acontecendo. Em nota, a assessoria de imprensa da Braskem informou: “A Braskem segue empenhada em encontrar uma solução com a Petrobras relativa ao contrato de fornecimento de nafta petroquímica. A Companhia tem analisado diferentes cenários e, caso essa solução não seja encontrada, existe a possibilidade de interrupção parcial da produção. A Braskem reforça seus contínuos esforços para que as negociações sigam na direção de um resultado que garanta a competitividade e evite interrupções da produção da indústria química brasileira”. 

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  • Data: 20/08/2014 05:08
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